segunda-feira, 1 de setembro de 2014


Eu Prefiro Jesus
(Eliel)

Costumo ter grandes debates com o meu filho; são debates que por vezes varam a noite sem terminar num consenso. Posso até dizer que já estou me acostumando a convidá-lo a ir dormir sem concordarmos, ainda que isto não signifique que não nos entendemos. É interessante dizer isto, porque na prática a gente aprende muito sobre o significado das palavras, é quando a gente sabe que não concordar é muito diferente de desentender; não sei se por diferença de gerações, afinal sou 30 anos mais velho que ele, mas posso garantir que não é por uma questão de vaidade, minha ou dele. Eu não precisaria inflar o ego vencendo um debate, ainda mais com o meu filho, a quem me dedico por um misto do desejo puro de simplesmente estar junto, desfrutar com ele da vida, que se desenrola enquanto debatemos, e de contribuir com a minha experiência ou – o que fui descobrindo com a repetição dessas nossas conversas – aprender com a profundidade, a largueza e a altura do que ele diz. Isto nos enriquece ao mesmo tempo em que nos leva a perceber a dificuldade de se encontrar “bons debatedores”. Lendo aqui e ali, isso tem uma razão, comprovada por alguns estudos. Pode soar arrogante, mas a verdade é que é mesmo difícil encontrar pessoas que consigam sustentar uma conversa inteligente e esses estudos têm mostrado que a maioria das pessoas comuns, nós os pobres mortais, consumidores e que compomos a massa, o público geral, possuem a idade mental de uma criança de 10 anos. Note bem: As pessoas em geral, estacionam na idade mental de uma criança de 10 anos. E porque não menos ou mais? (risos) Aí tenho que remeter ao vídeo do Oscar Niemeyer “tudo tem que explicar...” E eu explico: A criança de 10 anos ainda acredita em bichos falantes, se encanta com frases bonitas e fáceis de entender, busca a novidade das coisas como um plus ligado à simples curiosidade que é o motor de suas incursões “intelectuais”. Nessa idade já saiu da fase oral, mas sem deixar de antes transferir toda a carga emocional para os encantamentos com os feitos dos super-heróis que povoam seu mundo fantástico onde o impossível talvez seja possível, onde muito do que brota em seu imaginário é um subproduto dos mágicos e – pasmem – acreditam que pode ser real! Aqui eu lembro Oscar Wilde quando diz: “Quando se compreende, tudo está certo” para tentar compreender porque uma pessoa adulta ainda acredita em cobra que fala, em um deus que resolve descer à terra para confundir a língua dos homens que ameaçam chegar ao céu por uma torre que resolveram construir. Por esse viés fornecido por esses estudos – sobre a idade mental das pessoas adultas – e tendo em mente o conselho de Wilde é que tento entender como ainda existem pessoas que chamam de “Palavra de Deus” ou “Livro Santo” um livro repleto de erros, contradições e maus conselhos. O pior é que ainda vêm me advertir: “Deus é amor, mas também é fogo consumidor”, coerente com um conceito de um Deus controverso, contraditório e narcisista, que a idade – na faixa dos 10 anos – admite, teme e aceita, rejeitando o Deus que ama e perdoa sempre e incondicionalmente, ensinado por Jesus.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Assista a este vídeo, e veja coisas engraçadas da "criação". clique aqui

Claire e a máquina de escrever

 
 Recomendo que você assista a este divertido vídeo.





"Todo o homem tem nele o seu Patmos. É livre de ir ou não ir a esse pavoroso promontório do pensamento desde o qual se vislumbram as trevas. Se lá não vai, mantém-se na vida vulgar, na consciência vulgar, na virtude vulgar, na fé vulgar, na dúvida vulgar, e está certo. Para o repouso interior é evidentemente melhor. Se se dirigir a esse cume, está preso. As profundas vagas do prodígio mostraram-se-lhe. Ninguém vê impunemente esse oceano. Ele obstina-se nesse abismo atraente, nessa sondagem do inexplorado, nesse desinteresse pela Terra e pela vida, nessa entrada no que é proibido, nesse esforço de tatear o impalpável, nesse olhar sobre o invisível, ali volta, ali regressa, ali se agarra, ali se debruça, ali dá um passo, depois dois, e é assim que penetra no impenetrável, e é assim que avançamos no alargamento sem limites da condição infinita". 
Victor Hugo